Origem do Novo Testamento

Revisado e corrigido em Chodedesh HaShevi'i  5777  - 7º  Mês

Breve resumo de sua origem 

  • Novo Testamento    ------    O Sonho de Marcião


Quem foi Marcião?

  • * Foi um influente mestre cristão nascido em fins do 1º século (81 – 160 EC) que exerceu forte influência no cristianismo durante o 2º século, persistindo a mesma até o século IV no ocidente e século VII no oriente. 

     Por rejeitar as Escrituras Hebraica procurou implantar uma separação permanente do cristianismo com tudo que se relacionasse com os judeus. Além de rejeitar as escrituras hebraica rejeitava o próprio Deus de Israel por considerá-lo imperfeito, colocando em seu lugar a revelação de Jesus Cristo como sendo o Deus verdadeiro, e para isso elaborou o primeiro credo e o primeiro cânon cristão, sendo também o criador dos termo "Velho Testamento" e "Novo Testamento". Seu cânon consistia apenas no evangelho de Lucas e dez epístolas de Paulo dos quais extraiu as partes que não se harmonizavam com seus ensinos.

  • Devido seus ensinos serem contrários aos da igreja em Roma foi afastado da mesma em 144 EC e iniciou seu próprio movimento (marcionismo).

     Para refutar o cânon de Marcião, a igreja criou o cânon muratório em 170 DC que consistia dos quatro evangelhos, Atos e os demais livros contidos no NT à exceção de Hebreus, Tiago e 1 e 2 Pedro. Incluia porém A Sabedoria de Salomão.

     Mesmo com a criação do Cânon Muratório em 170 EC, os pais da igreja (Ireneu 120 a 202 , Tertuliano 150 a 212 e Orígenes 185/186 a 254/255) criaram para si uma lista de escritos que diferiam um pouco uns dos outros inclusive do cânon muratório.

     Com o objetivo de resolver esse impasse entre os diversos bispos e unificar o cristianismo em todo império, a igreja primitiva começou a elaborar um cânon que fosse comum e reconhecido por toda cristandade. Com esse propósito o bispo Atanásio (296 a 373) criou uma lista contendo os 27 livros que compõe o cânon cristão (Novo Testamento) como o conhecemos até hoje, publicando-a em sua carta pascal às congregações cristãs do Egito em 367. 

     Essa lista contendo os 27 livros do NT como conhecemos hoje criada por Atanásio no ano 367 EC foi oficializada através dos sínodos em Hipona no ano 393 EC e Cartago em 397 EC passando a ser imposto através de decreto imperial com a finalidade de unificar todas as crenças na cristandade dentro do território do império romano cujo imperador tencionava manter unido através do cristianismo. 

     Para chegar a esse cânon a igreja primitiva rejeitou alguns escritos que eram considerado inspirado pela minoria dos bispos, e considerou inspirado aqueles que assim o eram pela maioria dos bispos da cristandade desde que esses escritos estivessem de acordo com o princípio profético-apostólico (reconhecimento por todas as igrejas cristãs como uma reflexão da autoridade apostólica caso não fossem de autoria de um dos apóstolos e contendo verdades importantes para a salvação e viver cristão). O próprio livro de Judas só foi incluído no cânon visto a tradição ensinar que ele era irmão de Jesus.

Devemos nos lembrar que:

  • *Embora Marcião criasse um cânon que consistia do evangelho de Lucas e dez epístolas do apóstolo Paulo, ele retirou tanto dos escritos de Lucas como de Paulo os textos que não se harmonizavam com seus ensinos.

     *O cânon cristão (Novo Testamento) oficialmente aceito pela cristandade até nossos dias foi elaborado pelos teólogos em uma época em que estavam se formando as principais doutrinas da igreja cristã, e tão certo como Marcião alterou textos no cânon por ele criado que comprometiam seus ensinos, os teólogos na igreja primitiva também alteraram os escritos que deram origem ao cânon cristão que ainda estava em formação ao acrescentar textos não existentes nos manuscritos mais antigos ou mesmo adulterar os já existentes como podemos verificar em um comentário do texto de Mateus 28:19 e I João 5:7-8 apresentado na Bíblia de Jerusalém:

  • Mateus 28:19    “É possível que, em sua forma precisa, essa fórmula reflita influência do uso litúrgico posteriormente fixado na comunidade primitiva. Sabe-se que o livro dos Atos fala em batizar “no nome de Jesus” Mais tarde deve ter-se estabelecido a associação do batizado às três pessoas da Trindade. ... ”
  • I João 5:7-8   “O texto dos vv. 7-8 está acrescido na Vulg. de um inciso (‘no céu: o Pai, o Verbo e o Espírito Santo, e esses três são um só; e há três que testemunham na terra’) ausente dos antigos mss gregos, das antigas versões e dos melhores mss da Vlg., o qual parece ser uma glosa marginal introduzida posteriormente no texto.”

No site https://bibliotecabiblica.blogspot.com podemos encontrar comentários que nos apresentam algumas alterações como a que destacamos abaixo:

     “Em casos mais sérios, fez-se uma alteração no texto para apoiar um ensino falso, tal como em 1 Timóteo 3:16. A versão Trinitária reza: “Deus se manifestou em carne”, em contraste com “Aquele que foi manifestado na carne”. (American Standard; veja A Bíblia de Jerusalém.) Quanta diferença! Qual é o certo? No primeiro caso, dá a impressão de que Jesus é Deus, contrário às passagens que dizem que ele é o Filho de Deus. — Mar. 13:32.”

  •       Nos manuscritos mais antigos, as palavras para “Deus” e “aquele” (masculino) eram similares ( — aquele, masculino) ( — Deus). Manuscritos recentes usualmente apresentavam ou o equivalente. Mas no manuscrito encontrado por Tischendorf está , ou “aquele”, referindo-se a Jesus, e não a Deus. Um escriba mudou o termo para que se lesse “Deus”. O manuscrito Alexandrino, do quinto século, nos deixa em dúvida se foi um erro inocente. À primeira vista, parecia ser , mas por meio de um exame com um microscópio se descobriu que originalmente havia sido , e ‘bem depois uma mão’ acrescentou as linhas para alterá-lo. Versões recentes têm refinado o texto para rezar apropriadamente: “Aquele que foi manifestado na carne.” (Veja as versões interlineares, palavra por palavra, Interlinear Greek English New Testament, Nestle; também a Emphatic Diaglott.)
  • **I Timóteo 3:16 “ E sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Deus se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória.”
  • **I Timóteo 3:16 “ E sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Aquele que se manifestou em carne, foi justificado no Espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo, recebido acima na glória.”

     Com as considerações acima apresentadas não queremos dizer que descartamos o Novo Testamento, ao contrário, cientes de que as Escrituras nos dias dos apóstolos e no segundo século eram as Escrituras Hebraica, cremos que todo ensino apresentado no Novo Testamento deve ser aferido pelos ensinos do Velho Testamento (Escrituras Hebraica)     

     Infelizmente os pais da igreja primitiva esqueceram que o Deus eterno deu o sábado como um sinal, sendo um de seus principais objetivos identificar e guiar todas as nações ao povo a quem Ele escolheu para d’Ele testemunhar, e a quem confiou Sua Lei e Preceitos para que fossem manifestos a todas nações.

  •   *   Sabemos que o sábado foi dado a Israel; portanto, se foi a Israel que o Eterno confiou Seu conhecimento, porque os pais da igreja primitiva no período em que estavam formulando as doutrinas da igreja cristã ao invés de buscar nas Escrituras Hebraica o significado dos ensinos dado pelo Eterno, recorreram aos ensinos de uma nação pagã que foram preservados através da mitologia e filosofia grega?
  •    *  Sabemos também através de estudos que para tornar suas doutrinas oficialmente aceitas pela cristandade alguns teólogos foram capaz de inserir e mesmo adulterar textos da Bíblia Cristã (Velho Testamento e Novo Testamento), para que se harmonizassem com a filosofia grega de modo a tornar o cristianismo mais atrativo aos pagãos. Sendo assim muitos rituais pagãos foram revestido de uma roupagem cristã e então recomendado pelos bispos ao imperador que por meio de decreto coagia todos seus súditos a observá-lo.

     Muitos desses ensinos com o decorrer dos anos foram incorporados à tradição e até mesmo em nossos dias são observado tanto por católicos quanto por protestantes nas mais variadas denominações. Por isso mesmo, cientes que não existe nenhum manuscrito original do Novo Testamento mas apenas copias, que por sua vez podem ter sido manipulada para se harmonizar com certos ensinos, usamos como princípio comparar todos os escritos da Bíblia Cristã (Velho e Novo Testamento)  com as Escrituras Hebraica (Toráh e Tanah) acatando tudo que com ela se harmonize e rejeitando tudo que dela venha divergir. 

שָׁלוֹם

Shalom.

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